De acordo com o Ministério da Saúde, até 2018, apenas 1,9% das brasileiras faziam uso do DIU (Dispositivo Intrauterino). Para 58% das mulheres em todo o Brasil, a pílula anticoncepcional ainda é a primeira opção, segundo recente levantamento feito pelo Instituto Ipsos, enquanto apenas 8% avaliam o DIU como uma possível alternativa de contracepção. Já uma pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), feita com 2.885 mulheres e publicada em outubro de 2020 no Caderno de Saúde Pública, revelou que apenas 2,5% das entrevistadas usavam o DIU.
O cenário chega a ser contraditório, já que, se comparado com os 9% de chance de falha das pílulas anticoncepcionais, o DIU apresenta índice de apenas 0,2% a 0,8%, de acordo com um estudo da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Para Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, Membro da Febrasgo e Especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, e em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre; a desinformação pode justificar o baixo índice do uso do DIU.
“É fundamental que o médico explique o funcionamento de cada contraceptivo, inclusive os benefícios e os efeitos colaterais. Tão importante quanto é saber o histórico da paciente e orientar qual seria o método contraceptivo mais indicado para ela. A partir das informações, a mulher terá conhecimento e a liberdade de escolher o que melhor lhe convém”, afirma o ginecologista. Uma das suas maiores vantagens é o índice de cerca de 99% de eficácia. Além disso, em comparação aos DIUs hormonais, ele não interfere no uso de medicamentos, como antibióticos, anticonvulsivantes, entre outros.
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