Inadimplência das famílias continua em alta, e concessão de crédito se mantém

Pouco a pouco a agenda do Banco Central está voltando ao normal após o fim da greve dos servidores, e dia 27 de julho, foram divulgadas as estatísticas monetárias e de crédito referentes aos meses de março e abril. A taxa de inadimplência das famílias com recursos livres vinha numa tendência de alta no 1º bimestre deste ano. Lembrando que só no mês de janeiro ela havia subido mais do que no ano passado inteiro (0,26 p.p. contra 0,20 p.p.), e nela se manteve, encerrando o mês de abril na marca de 5,04%, ante 4,71% em fevereiro, até então, o dado mais recente.

Na avaliação dos economistas da Boa Vista esse aumento já era esperado, dado que o indicador de Registros de Inadimplentes havia avançado na comparação mensal dos dados dessazonalizados 5,1% em março e 5,0% em abril. Entre os meses de fevereiro e abril o resultado acumulado em 12 meses passou de 4,7% para 6,2% e o resultado acumulado no ano já apontava alta de 12,3% no número de registros. Diante de um cenário de inflação e juros em alta, manter as contas em dia tem sido um grande desafio ao consumidor.

Outro dado que corroborava com esta avaliação foi o índice de reinadimplência, que de janeiro a abril de 2022 chegou a 54,3%, ou seja, pouco mais da metade dos consumidores que haviam recuperado o crédito ao final do ano passado voltaram a ficar inadimplentes ao menos uma vez nos quatro primeiros meses do ano corrente. A expectativa é de que novos aumentos sejam observados na taxa de inadimplência nos próximos meses, dado que a curva de longo prazo do indicador de registros se manteve numa tendência de crescimento acelerado, passando de 6,2% em abril para 7,5% em junho.

Nos meses de março e abril a taxa média de juros cobrada das famílias nas operações com recursos livres continuou subindo e atingiu a marca de 50,26%, ante 48,14% no mês de fevereiro. O aumento na taxa se deu tanto pela elevação do custo médio de captação, que passou de 11,24% para 11,89% no mesmo período, quanto pela elevação de 1,47 ponto percentual do spread bancário, que atingiu em abril 38,37 pontos percentuais na média.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *