Psiquiatra da FSFX reforça a importância do bem-estar emocional

Dr. Arthur Lobato. Foto: FSFX

Procurar um psiquiatra ainda é, para muitos, motivo de vergonha. E neste mês, quando se destaca a “Campanha Setembro Amarelo”, o estigma de que apenas pessoas com doenças mentais graves precisam de ajuda especializada continua presente no imaginário, mesmo diante de um cenário crescente de adoecimento emocional. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o país lidera o ranking de ansiedade no mundo e ocupa o segundo lugar em casos de depressão nas Américas, com cerca de 19 milhões afetados. Para o psiquiatra da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Arthur Lobato, a raiz do preconceito e o receio de procurar ajuda continuam em uma imagem ultrapassada da psiquiatria.

“As pessoas ainda enxergam o psiquiatra com base em relatos antigos, de parentes e avós, que viveram um tempo em que os tratamentos envolviam medicamentos pesados e os pacientes ficavam debilitados, babando, tremendo. Isso criou um estigma. Soma-se a isso a crença de que depressão e ansiedade são apenas falta de força de vontade ou até mesmo de fé. Mas isso não é verdade. Atendo pacientes extremamente religiosos, que sofrem com esses transtornos e precisam de cuidado. Se a pessoa percebe que está levando muito tempo para realizar atividades simples, que está sobrecarregada emocionalmente, ou se começa a perder o prazer pelas coisas, é sinal de alerta”, orienta o médico.

A saúde mental vem ganhando protagonismo nas discussões sobre qualidade de vida, especialmente com a recente atualização da Norma Regulamentadora Um (NR), que passou a exigir que empresas considerem os fatores psicossociais como parte de suas estratégias de prevenção e cuidado com o trabalhador. Segundo dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), o Brasil registrou aumento de 41% nos afastamentos por transtornos mentais entre 2019 e 2022. A cada 10 auxílios-doença concedidos no país, pelo menos um tem origem em causas emocionais. O cuidado com a saúde mental precisa sair do campo do tabu e entrar, de forma definitiva, na rotina das pessoas.

Desmistificar a ideia de que psiquiatra é só para quem está em crise é outro ponto importante. O psiquiatra compara a psiquiatria com outras áreas da medicina. “Ninguém espera a glicose estar altíssima para procurar um endocrinologista. O mesmo vale para a saúde mental. Ela pode e deve ser cuidada preventivamente. Transtornos psiquiátricos, como qualquer outra doença clínica, são preveníveis. A saúde mental, enfim, entrou na pauta de algumas empresas, que antes não davam essa atenção. E isso é essencial, já que a maioria do nosso tempo é passada no trabalho. Essa atualização mostra que a saúde emocional é tão importante quanto a física”, destaca o especialista Arthur Lobato.

O impacto do cuidado com a mente vai muito além do ambiente de trabalho. Segundo o psiquiatra, quando o indivíduo está bem com sua saúde mental, ele experimenta mudanças positivas no modo de lidar com os outros. “Quando você está bem consigo mesmo, tudo fica mais fácil e mais leve. A FSFX mantém uma equipe preparada para fazer a escuta inicial de forma sigilosa e humanizada. Quando é identificada uma necessidade, o colaborador é encaminhado para avaliação especializada. Nossa instituição abraça esse profissional e o acolhe com respeito. Buscar apoio profissional é um ato de coragem e pode ser o primeiro passo para uma vida mais equilibrada, saudável e feliz”, finaliza o médico.

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