
Crédito: Secretaria de Comunicação/Unifei
Pesquisadores da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), e da Universidade de São Paulo (USP), com apoio de outras instituições do Brasil e do exterior desenvolveram o Urban Adaptation Index (UAI), ferramenta que avalia a capacidade dos municípios brasileiros de se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. O índice considera dimensões como habitação, mobilidade, sistemas alimentares, gestão ambiental e riscos climáticos.
A aplicação do UAI em 5.569 municípios revelou grandes deficiências nas políticas públicas locais: apenas 13% possuem planos de redução de riscos e somente 5,5% contam com cartas geotécnicas que orientam o uso e ocupação do solo. Os municípios menores apresentaram as piores notas, entre 0,33 e 0,44, indicando baixa capacidade adaptativa. Nas capitais, Recife, Aracaju e Boa Vista estão entre as mais vulneráveis.
Curitiba, Belo Horizonte e Brasília tiveram os melhores resultados. Os pesquisadores destacam que a existência de planos não garante eficácia nem distribuição justa das ações. O estudo foi publicado na revista Sustainable Cities and Society e corresponde a um dos resultados do projeto CiAdapta 2. A iniciativa recebeu apoio em subsídios para fortalecer a capacidade adaptativa dos territórios em eventos climáticos extremos.
“Atuo neste grupo transdisciplinar desde 2014, como especialista. Minha participação se baseia na identificação de possíveis impactos decorrentes das mudanças climáticas, e como essas informações podem ser traduzidas na identificação da vulnerabilidade, no intuito de auxiliar os tomadores de decisão. Especificamente neste trabalho, fui um dos idealizadores do índice UAI,” disse o professor Roger Torres, da Unifei.
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