Especialistas da FSFX alertam para a importância da saúde preventiva masculina

Dr. Wagner Corrêa. Foto: FSFX

Apesar dos avanços da medicina e da ampliação do acesso à informação, os homens ainda resistem em buscar cuidados com a saúde de forma preventiva. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), em média, os homens vivem sete anos a menos que as mulheres. O que representa 70% das mortes por doenças evitáveis, como infarto, diabete e câncer. Diante desse cenário, especialistas da Fundação São Francisco Xavier (FSFX) alertam para a importância da mudança de comportamento. A busca por ajuda médica e psicológica não é sinal de fraqueza, mas de responsabilidade e amor-próprio. Combater preconceitos também é fundamental.

O médico urologista da FSFX, Dr. Wagner Corrêa, entende que a resistência masculina em procurar cuidados está diretamente relacionada a fatores culturais e o machismo estrutural. “Isso é algo cultural e também tem um machismo envolto nisso. Muitos homens foram ensinados desde crianças a serem fortes, a não reclamar. Procurar um médico e admitir que algo está errado pode ser interpretado como sinal de fraqueza e isso não é verdade. As mulheres costumam ter um contato mais frequente com os médicos do que os homens. Entre os homens, existe ainda o medo, a vergonha e o próprio tabu, que devem ser quebrados”, explica o profissional.

Sérgio Siqueira. Foto: FSFX

Dr. Wagner reforça que a prevenção é o caminho mais eficaz para evitar complicações de saúde ao longo da vida. “Exames como aferição da pressão arterial, dosagem de glicemia, colesterol, função renal e hepática, devem ser realizados periodicamente. A partir dos 50 anos, todos os homens devem fazer anualmente o exame de toque retal e a dosagem do PSA, fundamentais para detectar precocemente o câncer de próstata. Quando há histórico familiar da doença, a recomendação é iniciar essa investigação a partir dos 45 anos. Exames como o ultrassom abdominal, função tireoidiana e colonoscopia, segundo a faixa etária e o histórico clínico,” reforça.

Para o psicólogo da FSFX, Sérgio Siqueira, o modelo de masculinidade imposto socialmente impede que muitos homens reconheçam sinais de sofrimento. “Historicamente, os homens foram ensinados a associar força ao silêncio diante do sofrimento. Então, cuidar da saúde, muitas vezes, é visto como vulnerabilidade ou fraqueza. Isso dificulta o reconhecimento dos sinais do corpo e da mente e acaba adiando o tratamento. Já percebemos mais homens procurando apoio psicológico para lidar com questões como ansiedade, estresse, conflitos nos relacionamentos, depressão, controle de raiva e dificuldade na gestão das emoções”, analisa o profissional.

Foto: Freepik

Os especialistas são unânimes ao afirmar que mudar esse cenário exige mais do que campanhas pontuais: é preciso promover uma transformação cultural profunda. “Precisamos de uma educação emocional que comece nas escolas, continue em casa e se estenda para os ambientes de trabalho e de convivência social. Temos que normalizar o cuidado como parte da rotina, não apenas como resposta à dor. Envolver a família também é fundamental. Mostrar bons exemplos ajudam a estimular uma nova postura. O cuidado com a saúde não deve acontecer só na doença, mas deve ser encarado como parte da manutenção da vida”, pontua o urologista.

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