Psicólogo da Una Itabira ensina a lidar quando a festa junina se torna desafiadora para a criança

Crédito: Pexels/Luiz Henrique Mendes

A temporada de quadrilhas segue como tradicionalmente nos meses de junho e julho, e com elas chegam os laços, bandeirinhas e até alguns dilemas emocionais. Um dos mais comuns nas escolas é quando a criança se recusa a dançar, sobretudo com o par sorteado na quadrilha. Essa situação pode gerar conflitos e frustração nos pais, além das dúvidas para os professores. O psicólogo e professor dos cursos de psicologia e pedagogia da Una Itabira, Jorge Florentino Botelho, ensina algumas dicas para encarar este momento com sabedoria. O docente ministra as unidades curriculares: “psicologia e educação”, no curso de psicologia; e “inclusão e libras” para futuros pedagogos, do Centro Universitário em Itabira.

A criança diz que não gosta do par da quadrilha

O professor Jorge entende que é preciso realizar uma escuta referente à justificativa apresentada pela criança. “É comum acontecer. Assim, diante da escuta, realize a intervenção cabível. Se for uma questão de preconceito, é um sinal de que a escola precisa pensar em uma metodologia para trabalhar e, ainda, realizar uma conversa com a família visando entender o contexto sócio-histórico-cultual”, sugere. O professor também ressalta que a negativa poderá ser também uma situação entre famílias, desta maneira, é preciso respeitar e buscar promover a troca dos pares. “Enfim, são vários os motivos que devem ser tratados na individualidade. Na primeira situação apresentada aqui, se o caso for extremo, é melhor realizar a troca do par para evitar exposição do outro, mesmo assim intervir na situação”, indica.

Pais e professores podem lidar com a frustração

“Penso que não é motivo para frustração dos pais e nem dos educadores, pois o desejo é do outro. Nesta situação, são estes – pais e professores -, quem precisam lidar com as suas frustrações”, alerta. Um dos passos para os pais ou responsáveis é reconhecer a frustração de não ver a criança na apresentação e, também, não se culpar por isso. E, lembre-se, felicidade não é sinônimo de palco. A criança que escolhe não dançar, mas vai à festa e se diverte de outra forma, também está aprendendo e se desenvolvendo.

Estimulando empatia e espírito coletivo

Dependerá do público a que se refere, assegura o professor. “Entre as crianças é raro acontecer, pois já convivem diariamente, deste modo, quase não demonstram a falta de empatia e espírito coletivo”. Segundo a fase de desenvolvimento, esta é uma situação natural, pois, se as crianças estiverem na fase do egocentrismo, o coletivo será uma questão natural, que será trabalhada da mesma forma. Os casos raros deverão ser tratados por meio de escuta e trabalhos em grupos.

A criança está com vergonha de dançar

Às vezes a família desta criança apresenta o mesmo quadro, são vergonhosos e/ou tímidos, assim, é natural que ela se sinta assim. “Pode ser realizada uma escuta junto à família e analisar a possibilidade de intervenção sem ser invasivo”, aponta o professor da Una Itabira. E na rotina escolar, buscar desenvolver atividades coletivas em que esta criança seja acolhida pelos demais e perceba que a sua contribuição é importante. Proporcionar momentos em que a mesma seja destaque nas apresentações. Mas, tudo em comum acordo com ela e, de forma gradativa.

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