Funcesi: alunos de psicologia realizam roda de conversa com personalidades sociais

Foto: Comunicação/Funcesi

Estudantes de psicologia realizaram no campus do Centro Universitário Funcesi, dia 18 de junho, a roda de conversa “Cosmovisão Negra”, com lideranças sociais da região, como: Lia Andrade, Joice Maia e Vinicius Souza. Eles falaram sobre os desafios e avanços da população negra em meio à luta contra o preconceito racial. Figura histórica da comunidade quilombola Morro Santo Antônio, Rosemary Souza “Dona Rosinha”, também participou de parte do debate e surpreendeu a todos com o anúncio de que lançará, em novembro, o seu próprio livro. Especialistas utilizaram seus conhecimentos e experiências para enriquecer a discussão.

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“Graças ao desempenho das alunas, avalio o evento de forma muito positiva. De forma autônoma, elas colocaram em prática vários conceitos que trabalhamos dentro de sala de aula, como teorias decoloniais, diversidade de pensamento e protagonismo docente no aprendizado, além de autonomia, criatividade e protagonismo para atuar em parceria com os grandes desafios da nossa sociedade contemporânea. Isso se refletiu no segundo fator de sucesso, o qual foi a aproximação das alunas de psicologia com algumas lideranças do movimento negro em Itabira”, afirma o professor Frederico Dornellas, responsável pela atividade.

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“Tudo isso só foi possível porque a Funcesi é um organismo que preserva nas suas decisões pedagógicas a vontade da sociedade itabirana e de Dom Mário em construir um futuro melhor para todos os grupos, instituições e pessoas da cidade. A criação do curso de psicologia em Itabira e as aberturas criadas pela coordenadora Priscila formam espiral crescente de aproximação entre comunidade itabirana e pensamento acadêmico, para pensar e avançar no bem-estar, saúde mental e no fim do racismo estrutural nas esferas psico-sociais,” acrescentou o docente do Centro Universitário Funcesi, avaliando a atividade como positiva.

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“O que aconteceu neste evento foi extremamente importante, pois mobilizamos na comunidade acadêmica a discussão acerca da raça. Mas não somente a raça. Junto dela, temos outros temas transversais, como gênero, sexualidade e etnia. Inclusive, possuímos uma disciplina focada especificamente nesses temas, aliada principalmente ao sofrimento psíquico a eles vinculado. Então, trazer pessoas da comunidade para articular o conhecimento junto à comunidade acadêmica é uma aliança imprescindível, e ver os alunos de diferentes cursos mobilizados foi ótimo e gratificante,” disse a coordenadora do curso, Priscila Penna.

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“Acredito que o ambiente universitário é propício para esses debates. Entendo que não falar sobre as questões raciais é ser cúmplice de toda a violência ocorrida durante nossa história. Quando, por exemplo, estudamos a escravidão no ensino fundamental, aprendemos do ponto de vista dos vencedores. Quem escreveu essas histórias não foi aquele que a viveu. Portanto, nossa intenção ao convidarmos duas mulheres pretas e um representante do quilombo foi justamente ouvir esse outro lado da história”, analisa a integrante do grupo responsável por promover a atividade, a futura psicóloga Marcela Cruz.

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Além de dar luz ao tema, cercado de situações nas diversas regiões do país, o evento ofereceu aos alunos uma importante bagagem para suas atuações profissionais, diz Marcela Cruz. “O ambiente acadêmico é útil para termos consciência crítica e de classe, saindo da nossa bolha e participando de debates que vão além da nossa opinião. Precisamos saber de onde viemos, qual a nossa classe e raça, para pensarmos de forma consciente e olharmos para as questões sociais, raciais e estruturais. Só assim saberemos compreender o ser humano que está diante de nós quando atuarmos como psicólogos,” acrescenta a aluna.

Foto: Comunicação/Funcesi

“Atividades como essa são fundamentais para ampliar nossa ‘Cosmovisão’ e principalmente o conhecimento. Elas nos ajudam a compreender que existem muitas culturas, histórias e realidades diferentes, todas igualmente válidas e merecedoras de respeito. Como futuros profissionais da Psicologia, é essencial reconhecer que atenderemos pacientes com diversas origens culturais, e precisamos estar preparados para acolher essas diferenças com empatia, escuta ativa e sensibilidade. Acredito que este seja apenas o início de muitas pautas significativas que podemos explorar durante toda a graduação”, enfatiza a estudante Maria Fernanda Santos.

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