Especialista da FSFX alerta sobre os impactos do cigarro na saúde

Cigarro/Tabaco. Fonte: Freepik

Atualmente, o Brasil conta com cerca de 14 milhões de fumantes adultos, o que representa mais de 9% da população, segundo a pesquisa Vigitel 2023. Apesar da redução nas últimas décadas, conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo ainda é responsável por mais de 160 mil mortes por ano no país, mais de 400 por dia e cerca de 13% do total de óbitos. Associado a mais de 50 doenças, como o câncer de pulmão, as doenças cardiovasculares e o Acidente Vascular Cerebral (AVC), o cigarro gera um alto custo também para a saúde pública.

Segundo o pneumologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Dr. Marcos de Abreu, os danos do cigarro ao organismo são profundos e abrangem muito mais do que o sistema respiratório. “Os cigarros causam danos desde as vias aéreas superiores até os alvéolos pulmonares. Mesmo as pessoas que fumam pouco podem desenvolver problemas respiratórios graves, como bronquites crônicas e inflamações. Quanto maior o consumo, maior a destruição dos alvéolos, o que compromete seriamente a função pulmonar”, explica o especialista da FSFX.

Wander Luiz Martins. Crédito: FSFX

“Existe uma relação direta com o aumento do risco de infarto, AVC, doenças arteriais periféricas e vários tipos de câncer, como o de pulmão, boca, laringe e bexiga. O cigarro é inimigo silencioso de quase todos os sistemas do corpo. A melhora acontece logo nos primeiros dias: o gosto da comida volta, a inflamação nas vias aéreas reduz, a produção de secreção diminui. E com o tempo, a qualidade de vida melhora. A pessoa respira melhor, tem mais disposição, melhora a convivência social e familiar. E, além disso, deixa de dar mau exemplo para os filhos”, reforça o médico.

Para aqueles que desejam abandonar o vício, a Usisaúde oferece o Projeto Inspirar, iniciativa voltada para ajudar os fumantes a superarem o tabagismo com acompanhamento médico e psicológico. A proposta é criar uma rede de apoio, com profissionais capacitados e estratégias eficazes para tornar o processo mais leve e possível. Foi com a ajuda desse projeto que Wander Luiz Martins, de 73 anos, conseguiu se libertar de um hábito que o acompanhava há 58 anos. Há pouco mais de cinco meses, ele deu o passo decisivo para mudar sua vida.

Médico Marcos de Abreu. Crédito: FSFX

“Eu parei de fumar porque já estava sentindo os efeitos malignos do tabaco. O cigarro me fez perder todos os meus dentes. Com isso, perdi também minha autoestima, além do desejo sexual e trouxe uma infinidade de coisas ruins. Foi quando percebi que precisava mudar. Estou há 180 dias sem fumar. A vontade ainda existe, não passou completamente, mas, já percebo que estou dormindo melhor, me alimentando melhor e cuidando mais de mim”, comemora Wander Luiz Martins. Sua história é prova de que parar de fumar não é impossível, principalmente ao ter apoio.

“Sou muito grato pelo apoio da minha família e pelo acolhimento do Projeto Inspirar, por meio do doutor Felipe Renault. Eles foram fundamentais na minha mudança de vida”, destaca o ex-fumante. “Todo dia é um bom dia para parar de fumar. Se você tem dificuldade, procure profissionais, marque uma data e inicie o processo. Trocar um mau hábito por um bom, como a prática de esportes, por exemplo, pode ser o começo de uma nova fase, com mais saúde e bem-estar”, pontua o médico Marcos de Abreu. O tabaco causa uma variedade de malefícios, tanto para fumantes quanto para os expostos passivos.

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