Sobem mais de 12% os óbitos causados por contato indevido com a rede elétrica

Os acidentes de origem elétrica continuam causando ferimentos graves e mortes. A Cemig volta a alertar sobre essas ocorrências, como evitar ferimentos e fatalidades relacionadas à eletricidade. De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), foram registradas 1.086 ocorrências no primeiro semestre de 2024, um aumento de 9,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Sobre as fatalidades, o número passou de 399 mortes nos primeiros seis meses do ano passado para 448 óbitos no mesmo período de 2024, acréscimo de 12,28%.

Em Minas Gerais, segundo a Abracopel, foram 35 acidentes de origem elétrica no primeiro semestre de 2024, que resultaram em 21 mortes. Já em relação ao mesmo período do ano passado, a entidade aponta que aconteceram 25 ocorrências, com 17 óbitos. Os números deste ano mostram tendência de crescimento em todos os tipos de acidente: choque elétrico, incêndio por sobrecarga e descarga atmosférica. No Sudeste, as ocorrências passaram de 93 incidentes para 121 neste ano, e também um aumento no número de mortes, passando de 57 fatalidades no ano passado para 80 no primeiro semestre.

“A energia elétrica é essencial para a sociedade moderna. Dependemos dela para quase tudo hoje em dia. Por isso, devemos ter o máximo cuidado. A eletricidade não tem cheiro, cor ou forma. Dessa forma, qualquer descuido ou uma má condição da instalação elétrica pode causar um acidente de gravidade que, se não ocasionar morte, vai deixar sequelas irreversíveis. A NBR obriga, desde 1997, que os circuitos sujeitos à umidade em uma residência, como banheiros, garagens, áreas de serviço, cozinhas e varandas, instalem o DR para reforçar a segurança elétrica”, alerta o engenheiro Eletricista da Cemig, Demetrio Aguiar.

A instalação do Dispositivo Diferencial Residual (DR) é recomendada. O equipamento protege de correntes elétricas de maior intensidade, evitando acidentes graves em casa. Esse aparelho, que ganhou variações nos últimos anos e teve o seu preço bastante reduzido, tem o objetivo de detectar fugas de corrente em circuitos defeituosos. “No entanto, infelizmente, a sua utilização ainda é baixa no Brasil, apesar dessa legislação já existir há mais de duas décadas. Esse equipamento, que não é motivo para encarecimento da obra, poderia evitar muitos acidentes elétricos e salvar muitas vidas”, afirma Demetrio Aguiar.

Demetrio Aguiar. Fonte: O Tempo/Youtube

Caso seja detectada a alteração, o sistema é desligado imediatamente e evita que o usuário sofra choque elétrico ou que tenha danos nas instalações elétricas em função da rápida atuação do equipamento. “Também é fundamental que todas as residências possuam um projeto elétrico, o que facilita a manutenção e a análise para novas demandas de carga. Além disso, qualquer serviço elétrico deve ser realizado por profissionais qualificados, garantindo a segurança e evitando problemas”, acrescenta o engenheiro Eletricista. É importante o cuidado com máquina de lavar roupa, ferro de passar e refrigeradores.

“Esses eletrodomésticos não podem, de forma alguma, serem manuseados com o corpo molhado. Em caso de algum defeito ou uma fuga de corrente, o choque elétrico pode causar danos ou até a morte. No caso da máquina de lavar, é importante que o equipamento esteja desligado no momento em que as peças são colocadas e retiradas. Por isso é importante que as casas tenham projeto elétrico, o que facilita a manutenção e até a avaliação para o acréscimo de novas cargas. Qualquer serviço deve ser feito por profissionais qualificados ou capacitados, para que não haja esse tipo de problema”, explica o especialista da Cemig.

Foto: Demétrio Aguiar

O profissional destaca que, instalações feitas de forma incorreta trazem um grande risco.  A população deve evitar o uso de “Ts” ou benjamins. “São consideradas gambiarras as instalações que utilizam diversos fios e adaptadores para realizar a ligação de muitos enfeites em uma única tomada. Esses dispositivos provocam sobrecarga e, consequentemente, o mau funcionamento dos aparelhos, podendo causar choque elétrico e princípios de incêndio. O correto é utilizar as réguas de borne, que possuem mais de uma tomada e possuem um fusível para proteger a instalação contra as sobrecargas de energia”, afirma.

Ainda de acordo com Demetrio Aguiar, é importante que aparelhos com maior potência, como ar-condicionado, chuveiro elétrico e micro-ondas tenham circuito próprio, para evitar acidentes. Também dimensionar as tomadas corretas para cada tipo de aparelho, pois alguns precisam desses pontos de conexão com suporte para maior amperagem, como air-fryer, por exemplo. A Cemig alerta também que, em caso de qualquer manutenção, é importante que o disjuntor seja desligado, para reduzir as chances de acidentes. Além disso, sempre que for necessário esse tipo de manutenção, procure um profissional especializado.

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