Nesta sexta-feira (30) é celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, data voltada para conscientizar e a compreender a doença. De forma a trazer esclarecimentos à população, o médico neurologista e neurorradiologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Dr. Mateus Vinícius Marcial, explicou o que é a enfermidade e quando procurar ajuda. Uma doença autoimune, crônica e desmielinizante que afeta o sistema nervoso central, comprometendo tanto o encéfalo quanto a medula espinhal.
“A esclerose múltipla é caracterizada por processo inflamatório e neurodegenerativo. Ela é uma doença que resulta na perda de mielina, a camada protetora que recobre os neurônios. Sem essa proteção, a condução dos impulsos nervosos é prejudicada, levando a uma ampla variedade de sintomas neurológicos. A destruição da mielina não só compromete a função nervosa, mas também pode levar à perda permanente de neurônios, agravando o quadro clínico do paciente ao longo do tempo”, explica Dr. Mateus Vinícius Marcial.
A condição é um desafio crescente para os sistemas de saúde, especialmente porque atinge de forma predominante adultos jovens, sendo a principal causa de incapacidade neurológica não traumática nessa faixa etária. “A esclerose múltipla acomete de maneira desproporcional as mulheres, especialmente na faixa etária dos 20 aos 40 anos. Esse aumento da prevalência da esclerose múltipla nos últimos anos, está relacionado tanto a fatores ambientais quanto a uma maior capacidade diagnóstica”, revela o médico.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com esclerose múltipla, o que representa aproximadamente 35 casos para cada 100 mil habitantes. Os principais fatores de risco para o surgimento são diversos, e incluem: predisposição genética, baixos níveis de vitamina D, infecções pelo vírus Epstein-Barr, obesidade e tabagismo. Atividades físicas regulares, consumo moderado de café e controle de fatores de risco cardiovascular, podem ter efeito protetor.
“Entre os mais comuns estão a perda de visão acompanhada de dor ao movimentar os olhos, formigamento ou dormência em partes do corpo, fraqueza muscular e dificuldades de equilíbrio. Em alguns casos, os pacientes podem apresentar fadiga extrema, problemas cognitivos e até distúrbios de humor. Cada paciente pode ter uma experiência única com a esclerose múltipla, o que torna o manejo da doença bastante complexo. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial”, ressalta o neurologista e neurorradiologista.
“Contamos com uma gama de medicamentos modificadores do curso da doença, que variam em eficácia e perfil de segurança. Esses tratamentos são fundamentais para reduzir o número de surtos e limitar a progressão da incapacidade física ao longo do tempo. Estamos otimistas com as pesquisas em andamento. Embora ainda seja cedo para conclusões definitivas, o progresso na compreensão da biologia e no desenvolvimento de novas terapias pode transformar significativamente o tratamento dessa doença nos próximos anos,” finaliza.
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