Congonhas, a apenas 78 quilômetros da capital mineira, e 190 de Itabira, será palco do ReConexão Africanidades 2024 na sua 4ª Edição entre 29 de maio e dois de junho, na Estação Cultural, com uma programação diversa e gratuita que exalta a cultura afro-brasileira. A proposta do evento é trazer uma reflexão permanente sobre os comportamentos e as narrativas atuais que alimentam o racismo no Brasil. Durante os cinco dias de evento, os participantes poderão assistir shows com consagrados artistas, além de ter a oportunidade de participar de oficinas sobre percussão e grafite.
Para a produtora cultural Regina Moura, o “ReConexão Africanidades” é uma proposta disruptiva e uma reflexão permanente da sociedade e as suas diferentes nuances a respeito do racismo. “Queremos ir além da Semana da Consciência Negra, temos como objetivo levantar pautas e sustentá-las cotidianamente, reorientando comportamentos, rompendo narrativas sociais. Precisamos respirar, e isso significa viver, quando somos livres para respirar, nossa arte ecoa”, ressalta. O “ReConexão Africanidades 2024“4ª Edição enaltece a arte negra feita por artistas negros, um encontro com a ancestralidade da cultura afro-brasileira.
O ReConexão é um espaço permanente de visibilidade e empoderamento social e contemplará várias ações que começam agora com esse evento em maio e culmina na Semana da Consciência Negra, celebrada em novembro na cidade de Congonhas. Na programação estão artistas locais do município de Congonhas e artistas já consagrados, que dividem o palco trazendo uma miscigenação de ritmos: samba e o Rap, o congado e a capoeira, o Breaking (que agora está oficialmente nas Olimpíadas de Paris), DJs e MCs, além do grafite e teatro. A abertura desse grande evento ficará sob o comando do grupo Katinguelê.
Também passam pelo palco nomes de peso e representatividade como Adriana Araújo, DJ Zeu e Renegado, além de Samba de Casa, Radicais do Samba, Cadência do Samba, Beisamba, Juntos e Misturados, Dadinho e Goducho. O Grupo Atrás do Pano de Nova Lima, conhecido pelos bonecos gigantes do artista Paulinho Polika, leva seu trabalho artístico à Rua de Brincar. A Estação HIP HOP contará com um dia especial e terá uma batalha de rimas, uma ação coletiva de grafitagem que reunirá mais de 18 grafiteiros de BH e Congonhas, oficinas de dança e percussão. Toda a programação é gratuita e o evento espera receber um grande público de Congonhas e de cidades vizinhas.
O projeto foi desenvolvido pela NoTom Produções Artísticas, dirigido por Regina Moura, que iniciou a carreira em 2001. Na sua trajetória artistas e grupos reconhecidos na cena cultural: o músico Lula Ribeiro, Marcos Catarina, Cia Café com Dança, a artista plástica Ana Bouissou, e o cineasta César Rafael. Regina celebra o primeiro projeto próprio com a curadoria artística de Luiza Braz Batista, não-binarie interdisciplinar, trabalhando principalmente como coreógrafa, diretora, curadora e performer, atualmente desenvolve suas próprias obras na ponte entre Brasil e Alemanha. Para inscrições clique aqui.
Participantes
Katingulê
Neste ano de 2024, o grupo comemora 41 anos de estrada. Colecionador de sucessos, suas músicas embalaram muitas histórias de amor: “Um doce Sabor”, “Bem no Íntimo”, “Cilada”, “Corpo Lúcido”, “Só mesmo o teu amor”, são algumas das que ficaram eternizadas e estão no repertório até hoje. Juntos desde a primeira formação estão Udi, Téo e Mário.
Renegado
O cantor, compositor, produtor musical e ator mineiro, com base atual no Rio de Janeiro (RJ), nasceu em Belo Horizonte, no Alto Vera Cruz. Dono de uma das mais importantes carreiras do segmento no Brasil, Renegado atingiu o sucesso já nos primeiros trabalhos, recebendo o prêmio de Artista Revelação por seu disco de estreia, “Do Oiapoque a Nova York” (2008).
Adriana Araujo
Nascida na Pedreira Prado Lopes, Lagoinha, berço do samba de Belo Horizonte, Adriana Araújo se destaca como uma das grandes vozes do samba mineiro. Considerada um dos grandes talentos da atual geração, não apenas mantém viva a tradição do samba, mas também a reinventa, incorporando novas sonoridades e abordagens, sempre com respeito às suas raízes e à herança cultural afro-brasileira.
DJ Zeu
Atraído pela ideologia e cultura do Hip Hop, Elizeu Bianco, DJ Zeu, chegou a frequentar as quadras da capital mineira, principalmente, a casa de Show Estúdio 94, enquanto dançarino. Em 2003 inicia oficialmente sua carreira como DJ e passa a se apresentar por todo território nacional. Em 2005, recebeu o Prêmio Bambata de Hip Hop como o melhor DJ de Rap de Minas Gerais.
Grupo Atrás do Pano
O Grupo Atrás do Pano nasce nos idos dos anos oitenta, pela vontade dos artistas Paulinho Polika, Luiz Nacif e Sandra Braga de dar continuidade à experiência vivida com o mestre Álvaro Apocalypse, fundador do Grupo Giramundo. A estreia em Belo Horizonte foi com a montagem do espetáculo de bonecos “A Ópera do Bicão”, onde ainda figurava o teatro “amador” como modo possível de produção cênica.
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