Ação da Vale se recupera após quedas sucessivas, avaliam especialistas em mercado

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As ações da Vale caíram aproximadamente 9% nos últimos doze meses, mesmo com a recuperação do papel na última terça-feira (23). As sucessivas quedas chamaram a atenção do mercado, que passou a olhar com desconfiança para a ação. Após agências internacionais noticiarem que o governo chinês pode estar preparando um pacote de estímulos para a economia, o papel passou por uma recuperação depois das quedas.

“Mas há um impacto indireto de que o governo chinês possa tomar outras medidas de incentivo voltadas para a economia real. Se houver algum anúncio de injeção de capital voltado para a infraestrutura, por exemplo, aí o preço do minério poderia subir, com uma maior demanda e isso seria benéfico para as ações”, explica Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed.

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O que colabora para a queda de Vale é o movimento generalizado de realização de lucros nos ativos brasileiros, além da queda do minério de ferro. “O ano de 2024 não é de cenário claro de ser entendido para o setor de mineração e siderurgia, haja vista que, o crescimento da economia real enfrenta diversos fatores de risco, principalmente inflação e tensões geopolíticas que estão se espalhando mundo afora”, ressalta Petrokas.

Segundo Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, o mercado está tendo dificuldade em tentar acertar uma recuperação na economia chinesa. “Com conglomerados financeiros e imobiliários passando dificuldades para lidar com suas dívidas e um cenário lento de recuperação do setor imobiliário, é uma incógnita traçar um cenário mais preciso para o setor”, afirma o especialista em mercado financeiro.

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Para Fernandes, a Vale é uma forte geradora de caixa, e negocia com desconto em relação a suas concorrentes internacionais, o que sempre atraiu fluxo comprador para o papel. “Com a China apresentando alguma melhora mais robusta, acredito que vai acabar melhorando o cenário para as commodities metálicas, que devem reagir positivamente com alguma melhora no país asiático e maior importador do mundo,” aponta.

“Vai depender do que a gente tiver no desenrolar do mercado imobiliário chinês, que por enquanto está devagar. Então, quando a gente olha o preço, a Vale está muito barata, ela tem o múltiplo barato. Mas a impressão que dá é que o mercado só vai ficar otimista se de fato se a gente tiver algumas mudanças e estímulos mais fortes na China”, comenta Apolo Duarte, head de renda variável e sócio da AVG Capital.

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