
Exemplar considerada como provavelmente extinto. Fonte: Vale
Espécies arbóreas raras e ameaçadas de extinção foram encontradas em Brumadinho, pela primeira vez. As descobertas inéditas aconteceram durante estudos ambientais realizados por biólogos da Vale e especialistas botânicos. Entre as espécies estão árvores como a Leptolobium glaziovianum e a Stephanopodium engleri, essa última considerada como “provavelmente extinta” entre 1997 e 2009, de acordo com a Lista Vermelha da Flora de Minas Gerais. Em 2010, um exemplar foi redescoberto próximo a Belo Horizonte.
Também foram feitos registros inéditos das árvores jequitibá-rosa, bicuíba e juçara. A presença de árvores saudáveis, e ainda não catalogadas, entre as sub-bacias do ribeirão Ferro-Carvão e Casa Branca, é um indicador importante da biodiversidade presente na região. Até o momento, estão em processo de recuperação ambiental 50 hectares de áreas protegidas no entorno da área impactada, com o plantio de aproximadamente 60 mil mudas de espécies nativas da região. Essa área equivale a 50 campos de futebol.

Fonte: Vale
A Leptolobium glaziovianum e a Stephanopodium engleri, estão na “Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção”. A primeira ocorre apenas no estado de Minas Gerais e no Distrito Federal, com poucos registros conhecidos em regiões de cerrado. Seu tronco é lenhoso, possui flores brancas com 1,2 mm de comprimento e pétalas levemente diferenciadas. A segunda pode alcançar cerca de 6m de altura, endêmica de Minas, ou seja, encontrada apenas neste território, com poucos registros na natureza.
“Estudar a biodiversidade de Brumadinho, identificar novas espécies e preservar a variabilidade genética é essencial para que a recuperação ambiental aconteça de forma mais harmoniosa. Estamos coletando sementes, produzindo mudas e reintroduzindo de forma sustentável, colaborando com a conservação destas espécies”, destaca o biólogo da Vale, Felipe Peixoto. É necessário realizar estudos, preparar a espécie de inventário e agenda florestal, com a qualidade, quantidade e época que cada espécie pode ser coletada.

Fonte: Vale
Com esse levantamento, a localização de cada árvore é georreferenciada. Esse processo permite definir quais são as árvores “mães”, de onde se pode extrair sementes e frutos. Para isso, são consideradas características como tamanho da copa, tronco, valor ecológico e quantidade de material disponível. Apenas uma parte dos frutos e sementes é coletada, grande parte fica como alimento para a fauna, formação do banco de sementes no solo e a continuidade dos processos ecológicos de sucessão florestal.
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