Estudo mostra que inadimplência das famílias recua em julho

Fonte: Faculdade Anhanguera

De acordo com os dados publicados pelo Banco Central, a taxa de inadimplência das famílias com recursos livres caiu de 6,30% para 6,21% entre os meses de junho e julho. O indicador da Boa Vista de Registros de Inadimplentes antecipou esse movimento, ele havia caído 0,5% na comparação mensal e na análise de longo prazo o crescimento desacelerado ainda. “Esse foi o segundo recuo na taxa de inadimplência das famílias esse ano, o primeiro havia sido entre os meses de fevereiro e março, mas desta vez ele parece ter sido mais consistente,” aponta Flávio Calife, economista da Boa Vista

“A tendência de longo prazo do indicador da Boa Vista já apontava que, mesmo desconsiderando o efeito do ‘Desenrola’, o número de registros e, consequentemente, a taxa de inadimplência havia chegado num ponto de inflexão. Claro que o efeito do programa não pode ser descartado e é esperado que ele seja ainda maior nos próximos meses, mas também chamou um pouco de atenção o fato de que a inadimplência não recuou, necessariamente, nas linhas de crédito mais caras, como o cartão de crédito rotativo, o parcelado e o cheque especial, embora ela tenha recuado no crédito pessoal não consignado,” avalia Flávio Calife.

A taxa média de juros cobrada das famílias na concessão de recursos livres recuou em julho de 47,44% para 47,07% devido a uma redução no custo de captação e no spread bancário, assim como havia acontecido em junho. A concessão desses créditos subiu 8,1% na comparação interanual, mas se manteve numa trajetória de crescimento desacelerado na variação acumulada em 12 meses. “Ainda é cedo para fazer um diagnóstico do programa. Ele terá o efeito de reduzir a inadimplência, mas a eficiência das renegociações poderá ser posta à prova caso as contas que são mais caras permaneçam em aberto”, indica o economista da Boa Vista.

“O início do ciclo de cortes na taxa Selic e a sinalização do Copom de que o ritmo pode ser mantido nas próximas reuniões são argumentos que favorecem o recuo no custo de captação. Como a inadimplência andou de lado em junho e caiu em julho, o spread também tem recuado, mas é importante destacar que os juros seguem altos e por essa razão a concessão de crédito continua desacelerando. O Indicador está antecipando de perto essa tendência. Havia registrado alta de 9,7% em comparação a julho do ano passado e em 12 meses aponta crescimento de 12,4%, enquanto a concessão sobe 12,5% na mesma comparação”, conclui o especialista.

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