Vale assina convênio para estudo e propagação de plantas raras em Minas Gerais

Espécime em desenvolvimento nos laboratórios da APTA. Foto: Vale/Divulgação

Cientistas e pesquisadores de todo o Brasil, com a coordenação da Agência Paulista de Tecnologia de Agronegócios (APTA)  Regional de Piracicaba, ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo, e a Vale estão pesquisando técnicas para propagação e multiplicação de plantas raras e endêmicas do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais. O intuito é garantir a sobrevivência das espécies e a criação de novos protocolos para produção em viveiros, reintrodução em ambientes alterados, introdução em novos locais e estudos genômicos, ciência que estuda a formação dos organismos com o objetivo de entender a sua estrutura e função, possibilitando definir estratégias personalizadas de rastreamento, prevenção e inovação.

Foto: Arquivo

O projeto denominado de “Rede Propagar” conta com pesquisadores de Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) como: APTA, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). No Brasil, enquanto algumas plantas de importância econômica e ecológica são intensamente estudadas, outras espécies mais vulneráveis, como as endêmicas dos campos rupestres, recebem menos esforços de pesquisa, necessitando do estabelecimento de ações e programas de conservação.

Foto: Arquivo

Novas pesquisas podem contribuir para compreender a dinâmica populacional das espécies e garantir sua sobrevivência. A Vale mantém 13 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), que ocupam uma área de mais de seis mil hectares no Quadrilátero Ferrífero. “Na literatura atual não temos informações técnicas sobre propagação e produção de muitas das plantas endêmicas dos campos rupestres do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais em viveiros. Esse trabalho irá contribuir efetivamente não só para sobrevivência e reprodução de espécies raras, mas também como suporte para o desenvolvimento de planos de conservação e manejo”, destaca Ana Amoroso, engenheira florestal da Vale.

Vale

Para os experimentos de propagação, produção de mudas e estudos genéticos serão utilizados materiais vegetais coletados em unidades de conservação, parques estaduais e federais e áreas protegidas pela Vale. O Quadrilátero Ferrífero tem área aproximada de 7.200km2, considerada uma das maiores diversidades da flora da América do Sul contendo cerca de 30% da flora endêmica. “Para a sociedade em geral, as informações contribuirão para atividades de educação ambiental e conservação da biodiversidade, podendo ser utilizadas por escolas, associações comunitárias, ONGs e demais grupos que se interessem pelo tema, como por exemplo, uma produção em maior escala destas espécies,” completa Ana Amoroso.

Foto: Arquivo

“Os resultados irão viabilizar avanços científicos inéditos, novas estratégias de conservação e recuperação da biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero, além de fomentar o desenvolvimento sustentável e econômico das comunidades locais, uma vez que o conhecimento será compartilhado, para uso por pequenos produtores e viveiristas o que irá viabilizar o aumento da produção e distribuição das espécies”, destaca a doutora Maria Zucchi, da APTA Regional de Piracicaba. As plantas resultantes dos processos de germinação de sementes e micropropagação serão transferidas para a estufa agrícola para testes de substratos, crescimento e aclimatação, expostas a diferentes ambientes para aumentar a sobrevivência das mudas.

Dyckia, uma das espécies em estudo. Foto: Vale/Divulgação

Além das RPPN, a Vale possui mais de 54 mil hectares de áreas preservadas. Essas áreas desempenham importante papel para a conservação de remanescentes da Mata Atlântica e do Cerrado e contribuem para a formação de corredores ecológicos e manutenção de serviços ecossistêmicos essenciais, como a manutenção do fornecimento de água, a regulação climática e a polinização. Também contribuem para a preservação das belezas cênicas e ambientes históricos. Um exemplo é a RPPN Mata do Jambreiro, que ocupa uma área de 912 hectares na Mina de Águas Claras, em Nova Lima (MG). A reserva se configura em um bolsão de preservação da Mata Atlântica de alto valor para a conservação na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *