Só quem já ganhou um abraço de Nícolas Cabreira Ortiz, nove anos, sabe o quanto isso é importante para ele e sua família. Autista grau moderado, o garoto tem dificuldades em interagir, comunicar-se e em demonstrar afeto, especialmente fora do seu núcleo familiar. Mas esses limites têm mudado aos poucos com a educação inclusiva, que o coloca diante de desafios de sociabilidade e em contato com outras crianças. Para chegar a essas evoluções no comportamento, Nícolas conta com um apoio imprescindível.
Sua relação com a profissional de apoio escolar que o acompanha, Siliany Fernandes, demonstra as conquistas que ele e sua família estão vivendo. Agora, Siliany até ganha abraços do garoto, algo que há um ano era restrito apenas aos pais e irmãos. “Foi surpreendente ver que, em duas semanas de apoio escolar, ele já chamava a cuidadora de titia e passou a gostar de ir para a aula. Agora, ele até abraça ela, coisa que nem tios ou avós conseguiram. Antes, ele tinha crises de agressividade e não ficava nem meia hora na escola comum, corria para o portão da frente e ficava balançando a grade”, conta Renata Cabreira Ortiz, mãe de Nicolas.
Considerada uma das vitórias a ser comemorada neste dois de abril, Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, a educação inclusiva é o tema que a Organização Geral das Nações Unidas (ONU) tem usado como marco desde 2022, quando defendeu a necessidade de mais programas educativos e conectados com a sociedade para oferecer às pessoas com autismo melhor possibilidade de escolha para seus futuros. No Brasil, acredita-se que uma a cada 50 crianças tenham algum grau de autismo.
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