Desinformação e questões culturais são obstáculos da amamentação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) recomendam a amamentação exclusiva dos bebês até os seis meses, seguindo com alimentação complementar até pelo menos dois anos ou mais. A prática traz diversos benefícios à saúde da mulher e, principalmente, da criança. “O leite humano é o alimento mais completo para o bebê. Além da nutrição, ele proporciona diversos benefícios como a diminuição da mortalidade infantil e prevenção de infecções, como por exemplo, pelo coronavírus, por meio de anticorpos passados pela mãe”, destaca Yara Leite, enfermeira obstétrica.

Apesar das taxas de amamentação avançar nos últimos anos, a porcentagem permanece abaixo da meta estipulada pela OMS de, até 2030, atingir 70% de aleitamento exclusivo nos seis primeiros meses. Segundo levantamento feito em 2019 pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), o aleitamento materno exclusivo no Brasil abrange apenas 45,8% das crianças. Um dos obstáculos para que o país possa alcançar a meta estipulada é a desinformação.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), há uma grande influência de questões culturais, passadas de geração em geração, e sem embasamento científico para comprovação, que desestimulam e interferem no processo de amamentação. Entre os exemplos citados pelo órgão estão falas equivocadas como: leite empedrado faz mal para criança, após seis meses leite vira água, leite provoca cólica na criança. “A melhor estratégia neste caso é disseminar informações corretas e esclarecer as principais dúvidas que podem surgir durante esse processo”, destaca a enfermeira obstétrica.

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