Acúmulo na taxa de inadimplência das famílias

A taxa de inadimplência das famílias com recursos livres subiu de 5,62% em agosto para 5,70% em setembro. A variação foi antecipada pelo indicador da Boa Vista de Registros de Inadimplentes, que havia apontado alta de 2,1% nesse período na comparação dos dados dessazonalizados. A melhora nos números do mercado de trabalho, uma vez que a taxa de desemprego continua caindo, passou de 8,9% para 8,7% entre os meses de agosto e setembro, e a renda média real em nível está subindo, e a deflação observada no 3º trimestre, de 1,32%, não foi suficiente, para barrar a inadimplência.

“A inflação e os juros seguem elevados, assim como o comprometimento da renda das famílias, e também tivemos um aumento significativo na concessão de créditos mais caros, assim a taxa ainda encontra espaço para continuar crescendo, ainda que de forma um pouco mais tímida, como já fora percebido entre os meses de agosto e setembro” diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife. Após 13 altas consecutivas, a taxa média de juros anual cobrada das famílias recuou, passando de 54,03% em agosto para 53,65% em setembro quando consideradas somente as novas contratações de recursos livres.

Nesse período, tanto o custo de captação, quanto o spread bancário diminuíram. O custo passou de 12,48% para 12,28% e o spread de 41,55 para 41,37 pontos percentuais. De acordo com a última reunião do Copom, realizada entre os dias 25 e 26 de outubro, na qual o comitê optou, por unanimidade, pela manutenção da Selic a 13,75% ao ano, a taxa de juro básico tende a permanecer num patamar elevado por um período de tempo prolongado, de modo que as variações no custo de captação tendem a serem tímidas nesse período. Não seria nenhuma surpresa se a taxa de inadimplência continuasse a subir ao longo do 4º trimestre.

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