Primeira causa de internação hospitalar em pessoas acima dos 60 anos no Brasil, a insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não consegue manter o esforço necessário para bombear adequadamente o sangue para todas as partes do corpo. A doença progressiva, debilitante e potencialmente fatal é responsável por 50% das mortes em pessoas com doenças cardiovasculares, sendo o tratamento uma importante necessidade não atendida. Por isso, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde acaba de abrir uma consulta pública que pode ampliar as opções de tratamento para a doença na rede pública de saúde.
A consulta pública avalia a incorporação de empagliflozina para o tratamento da enfermidade em pacientes com fração de ejeção reduzida. Esse tipo da doença se caracteriza pela incapacidade dos ventrículos do coração se contrair da maneira correta durante cada batimento cardíaco, fazendo com que o sangue não seja bombeado adequadamente para fora do coração. Falta de ar ao fazer esforço e ao deitar, dor torácica, palpitações, tosse, inchaço nas pernas e tornozelos, desmaios e/ou tonturas são os principais sintomas da enfermidade.
Os resultados de estudos submetidos aos órgãos de saúde demonstraram que a empagliflozina reduziu significativamente o risco relativo combinado de morte cardiovascular ou internação pela doença em 25% em comparação com placebo em adultos. Um estudo posterior, também se comprovou benefício semelhante para Insuficiência Cardíaca com fração de ejeção preservada. Ambos os estudos demonstraram proteção renal nesses pacientes, comprovando a atuação da empagliflozina nos sistemas cardio-renal-metabólico, principal causa de mortalidade em todo o mundo e responsável por até 20 milhões de mortes anualmente.
A consulta pública é uma etapa do processo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) conduzido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde com o objetivo de ouvir a opinião de toda a sociedade a respeito do medicamento em questão para oferecer mais eficiência e transparência nas decisões que impactam o sistema público de saúde. Médicos, profissionais de saúde e sociedade civil podem enviar suas contribuições até o dia 19 de setembro. Para participar, basta acessar o site clicando aqui, e seguir o passo a passo. Caso tenha dúvidas sobre como participar, assista a este vídeo.
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