O procedimento para o implante de uma prótese fonatória foi feito com verba do SUS no Hospital Márcio Cunha, administrado pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX)
Uma das poucas opções de tratamento para quem tem câncer avançado de laringe é a laringectomia total, ou seja, a retirada completa do órgão. A consequência é a perda de voz, e a capacidade de comunicação humana. Para promover uma assistência integral ao paciente, o Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga, realizou nesta semana, as primeiras cirurgias para implante de prótese fonatória. O procedimento é inédito no Vale do Aço.
Cinco pacientes que já passaram pelo tratamento cirúrgico do câncer de laringe avançado e que estão há mais de dois anos sem apresentar reincidência da doença, foram submetidos ao processo de reabilitação fonatória. Uma equipe multidisciplinar do HMC, da Fundação São Francisco Xavier (FSFX) participou dos procedimentos: dois cirurgiões de cabeça e pescoço, anestesistas e enfermeiros, em uma equipe de 15 profissionais.
De acordo com o cirurgião de cabeça e pescoço da FSFX, e um dos médicos responsáveis pelas cirurgias, Clineu Gaspar, o procedimento é simples e dura em torno de dez minutos. Ele consiste em realizar uma fístula entre a via alimentar e a via respiratória, local onde é implantada a prótese esofágica. “Quando o paciente tampa a traqueostomia, ele direciona o ar para dentro do esôfago, provocando vibrações que produzem um som, permitindo que ele se comunique”, detalha.
O cirurgião explica que os pacientes receberam alta no mesmo dia e a recuperação deve ser rápida e tranquila. Durante o processo de reabilitação, não há restrição alimentar e a prótese tem duração de seis meses, dependendo dos cuidados que o paciente é orientado a fazer. A troca da prótese é realizada no próprio consultório, sendo o tratamento acompanhado de forma multifuncional com consultas a cirurgiões, fonoaudiólogas entre outros profissionais.
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