Orientações sobre como identificar gatilhos de déficit na saúde mental dos filhos

No Brasil, cerca de 26% de jovens com idade entre cinco e 17 anos apresentam sintomas clínicos de ansiedade e depressão, necessitando de tratamento especializado. Uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef), em parceria com o Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC), revelou que 60% dos jovens entre os 12 e os 18 anos têm queixas relacionadas à saúde mental. O quadro piorou com o retorno às aulas presenciais. Há importantes Estados em que 70% dos estudantes relatam sintomas de depressão e ansiedade, de acordo com o mapeamento realizado pelo Instituto Ayrton Senna, envolvendo 642 mil alunos.

Do grupo avaliado, um em cada três estudantes afirmou ter dificuldades para conseguir se concentrar no que é proposto em sala de aula, outros 18,8% relataram se sentir totalmente esgotado e sob pressão, enquanto 18,1% disseram perder totalmente o sono por conta das preocupações e 13,6% afirmaram a perda de confiança em si. Para a psiquiatra da Infância e Adolescência, Dra. Danielle Admoni, especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o contexto atual é resultado dos efeitos da pandemia.

Danielle Admoni

“Os jovens são indivíduos em pleno desenvolvimento neuropsicomotor, em fase de descobertas, experiências e formação de identidade. Na pandemia, esse processo natural foi rompido, somado ainda a todo o estresse gerado pelo momento. O resultado foi o comprometimento da saúde mental, como fobias, ansiedade e transtornos mais graves. Para os jovens, o retorno à rotina ‘normal’ não foi assimilado, dado o fato de que muitos ainda estão lidando com os prejuízos sociais e psicológicos da pandemia,” revela a especialista.

Gatilhos: autolesão ou comportamento autodestrutivo, quando a criança ou o adolescente tem tendência a se machucar; isolamento no mundo virtual, quando começa a se sobrepor ao mundo real; dores incomuns e alterações no organismo, por que sentir mal-estar frequentemente, e sem causa específica, pode ser sintoma; alterações repentinas no humor, no momento em que se você percebe que o filho vem apresentando sentimentos contínuos de desânimo, tristeza, culpa, desmotivação, choro, apatia, irritação, baixa autoestima, angústia e inquietude, o incapacitando de tarefas; distúrbios do sono; e queda no rendimento escolar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *