O indicador antecedente da Boa Vista de Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo território nacional, caiu 1,0% entre os meses de fevereiro e março e acumula queda de 1,7% quando comparados o 1º trimestre de 2022 com o 4º trimestre de 2021 na série de dados dessazonalizados. Já na série de dados originais o indicador recuou 0,5% na comparação interanual e 0,8% no 1º trimestre de 2022 contra o mesmo período do ano anterior.
Na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, o crescimento passou de 0,1% para 1,5%, mas isso não sugere qualquer melhora do cenário econômico e se deveu, basicamente, a uma grande mudança no denominador dessa relação, lembrando que em março de 2021 o indicador havia registrado forte queda na comparação com março de 2020 (último mês antes da pandemia), de 14,6%, devido às restrições impostas naquele mês pela Fase Emergencial de combate ao coronavírus.
A elevação no nível médio de preços explica a retração. O IPCA de março foi de 1,62%, bem acima da mediana das expectativas do mercado que era de 1,32%. Além dessa surpresa, a inflação, apesar de estar disseminada, foi mais forte nos segmentos relativos a alimentos e combustíveis, muito relevantes ao varejo. Já a queda na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e o último do ano passado reflete não apenas a inflação em si, como também seu efeito sobre a renda do trabalho, que está em queda.
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