O presidente do Conselho Fiscal do Valério, Geraldo Quintino Batista, comandou dia 12 de abril, Assembléia Geral Extraordinária do Conselho Deliberativo, no Ginásio Um da agremiação esportiva. A reunião ocorreu para deliberar sobre a alteração necessária no estatuto social do Valeriodoce Esporte Clube (VEC), exigência para se tornar Sociedade Anônima do Futebol (SAF), e a aprovação foi por unanimidade. A frente da reunião, esteve Quintino porque o até então presidente do colegiado, Carlos Carneiro Martins pediu desligamento da função na semana anterior, sob justificativa de problemas em sua saúde, e seu vice-presidente, Aldair Alves Ferreira “Pingo,” não compareceu ao evento desta terça-feira (12).
O advogado Agildo Moreira de Souza, vice-presidente jurídico, apresentou a proposta de SAF, com percentual de 51 a 49% para constituição de cotas em futura aquisição de investidores interessados. A Assembleia do colegiado deliberou sobre detalhes da proposta de Sociedade Anônima, e ainda trouxe respostas às dúvidas dos conselheiros presentes. Uma das mudanças administrativas na gestão do VEC trata da criação de duas novas vice-presidências: a de infraestrutura e negócios; e a de planejamento e compliance. A proposta levantada para realizar auditoria foi descartada, segundo os dirigentes.
A ideia é possibilitar que o clube passe a contar com suas marcas constituídas: nome, e símbolos, como: escudo, pavilhão, uniformes, o “Dragão” e mascotes. Foi discutida e aprovada a extinção da categoria de associados remidos, válida entre 1973 e 2003. Eles serão convidados a contribuir, mesmo não sendo obrigatório. Os conselheiros e alguns associados presentes receberam orientações sobre a divisão da instituição esportiva: o futebol; e o clube social. Também souberam sobre o planejamento do programa de sócio-torcedor com recursos exclusivos para o futebol, inclusive que poderão ser usados nas categorias de base.
O presidente executivo, João Mário de Brito, ressaltou a importância em dar a mesma atenção para o clube como um todo. “Termos que ter insumos para tratamento da piscina, e aproximar a caldeira para não perder o calor nas conexões de água. Estamos em um clube vizinho a mineradora e precisamos ter limpeza frequente para manter o espaço com qualidade. Precisamos de muitos sócios, e muitos alunos nas escolinhas de natação, futsal e vôlei. Tenho certeza que em 22 de novembro, aniversário do clube, nós pretendemos ter um clube ainda melhor,” projetou o gestor do Valério, João Mário.
O vice-presidente jurídico Agildo Moreira, destacou que a migração para o modelo SAF é considerado uma forma de manter o clube ‘vivo’, e administrar o passivo junto aos credores. “A maioria dos times de futebol têm dívidas impagáveis, e isso afasta o investidor. Ninguém entra em um negócio, sem poder de mando. Por isso, uma da finalidade da lei que criou a SAF, no artigo 13, diz que o clube ou pessoa jurídica é o responsável pelos credores. Se reúne a dívida do futebol, e de toda a arrecadação da SAF, um percentual será usado no pagamento destas dívidas, sem negociação individual. O investidor não é responsável por débitos anteriores,” explicou o advogado.
Interesse de investidores
Os que sondaram sem contato oficial, mas através de terceiros foram três: o medalhista olímpico Talmo Curto de Oliveira (na ambição de se tornar CEO do clube). Ele reuniu há alguns meses com a atual gestão e disse da facilidade em captar investimentos. Houve contato com um grupo internacional de investidores ligados ao empresário José Marília Ramos. Eles disseram propensos em ‘discutir possibilidades’. E finalmente, empresários ligados ao prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage, através de mecenas do Clube Atlético Mineiro (clube ainda estudando se tornar SAF). Posteriormente a aproximação recuou, com a justificativa de evitar exposição. Outros possíveis interessados foram indicados, entre eles, o atacante Fred.
O centro-avante com passagens pelas três maiores equipes mineiras (América, Atlético e Cruzeiro) está em via de encerrar a carreira no Fluminense. Mineiro de Teófilo Otoni, cidade que tem um clube profissional de futebol, o América, talvez prioridade de negócio para o atleta. Fred não esconde a intenção de se tornar um empresário no segmento, após a conclusão da carreira como jogador em meados de 2022. Sobre as aproximações, um dos três grupos decidiu se afastar depois da primeira reunião do Conselho Deliberativo, ocorrida em seis de abril. Os demais devem fazer contato oficial, depois que o processo de migração pra modelo SAF for concluído.
“Nós não temos investidor que tenha feito contato oficial, mas três contatos de pessoas interessadas. São grupos com ligações por itabiranos. Sobre a SAF, a ideia são dois ‘Valérios’. Pela Sociedade Anônima não será possível realocar recursos da parte social. Sendo vendidas as ações do VEC, a SAF será a responsável pelo futebol. Corro o risco de ser o único presidente que não pôr um time profissional em campo, mas se for preciso, no caso de não vender ações, isso será feito, para não criar dívidas para o clube,” disse o presidente do Valério, ao avaliar o interesse pela marca. No caso de desinteresse, os dirigentes ainda creem em vantagens, como a de buscar financiamento de passivos, com maior poder de negociação.
Gestão do Conselho
O Conselho Deliberativo vai definir o novo vice-presidente; e até o secretário que por motivo de trabalho se transferiu para outra cidade. Um novo estádio como “arena multiúso,” Centro de Treinamentos, e clube social, foi assunto debatido na reunião ordinária anterior, em seis de abril. Através do presidente do Sindicato Metabase, André Viana Madeira, membro do Conselho de Administração da Vale. Se o clube permanecer no local, a proposta será de uma ampla reforma na praça. O gramado do estádio Israel Pinheiro está em processo de nivelamento, instalação das placas de grama e adubação, por intermédio da empresa Nova Luz. Através da Celta Contabilidade, o VEC se habilita em conquistar certidões negativas exigidas por lei para celebrar convênios com o Poder Público. “O VEC conseguiu certidões municipais e estaduais, e aguarda apenas nova linha de financiamento federal, para compromissos dentro do seu orçamento,” comemorou João Mário de Brito.
O time já está em situação regular nos recolhimentos junto a Confederação Mineira de Futebol (CBF), e Federação Mineira de Futebol (FMF). A agremiação itabirana ainda ganhou melhorias, como: troca da rede de iluminação no campo society e no ginásio poliesportivo, aquisição de disjuntor elétrico para filtragem da água, e as reformas na caldeira para aquecimento da piscina. Também ocorrem intervenções nos quiosques e na sauna, troca de telhas, melhor iluminação nos corredores, cercamento com telas para prevenir invasões, e portão para maior segurança. Vazamentos foram resolvidos, novas divisórias adaptadas no setor administrativo, equipamentos comprados para a secretaria, além de reformas nos vestiários, e de otimizar oferta de água com compra de bomba e caixas d’água.
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