Pesquisa desenvolvida nos últimos cinco anos pela Vale, em parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) campus Itabira, demonstrou o potencial da “Areia Sustentável”, obtida no reaproveitamento do rejeito de minério de ferro da produção, para aplicação em pavimentos rodoviários. Os resultados dos testes realizados em laboratório apontaram aumento de mais de 50% da vida útil da estrada e redução em torno de 20% dos custos da obra, por meio da utilização do insumo em todas as camadas da estrada, em comparação aos pavimentos construídos com materiais tradicionais, como brita, solo e areia natural.
A Areia Sustentável da Vale, já utilizada com sucesso no mercado da construção civil, traz, ainda, ganhos para a segurança das operações da empresa ao reduzir a disposição em barragens e é uma alternativa ao consumo da areia natural, segundo recurso mais explorado no mundo, depois da água. O próximo passo dos pesquisadores é confirmar as conclusões do estudo em pavimentação rodoviária, por meio do monitoramento de uma pista experimental, construída em área operacional da Mina Cauê, em Itabira.
“Com 425 metros de extensão, a pista é formada por quatro camadas com diferentes misturas da Areia Vale e conta com 96 sensores de pressão, temperatura, deformação e umidade que fornecerão dados sobre o desempenho das estruturas do pavimento sujeitas ao tráfego constante de cargas e às condições climáticas reais. Essas informações serão analisadas por um período de dois anos pela Unifei do campus Itabira e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)”, explica Rodrigo Dutra Amaral, gerente-executivo de Licenciamento Ambiental da Vale.
Estrada construída com Areia Sustentável da Vale em todas as camadas do pavimento será monitorada por quase 100 equipamentos num período de dois anos. A empresa já investiu mais de R$ 7,1 milhões apenas em pesquisa e inovação para aplicação de sua Areia Sustentável em pavimentos rodoviários. A Vale tem outras iniciativas para redução do uso de barragens, como a construção de quatro plantas de filtragem de rejeitos, que inclusive irão auxiliar na produção da areia.
“As duas plantas de filtragem de rejeitos inauguradas no início do ano nas usinas de Cauê e Conceição potencializarão a produção da areia sustentável em Itabira, porque reduzem o percentual de água do rejeito, viabilizando tanto o empilhamento a seco do material, como o interesse do mercado pelo produto”, conta Daniel Daher, gerente-executivo do Complexo Operacional de Itabira. O Complexo Vargem Grande, em Nova Lima, já possui a tecnologia e uma quarta planta de filtragem de rejeitos deve ser inaugurada, no segundo trimestre do ano, na Mina Brucutu, no município de São Gonçalo do Rio Abaixo, favorecendo o reaproveitamento do rejeito.
Cerca de 120 alunos da instituição já participaram dos estudos de aplicação da areia oriunda do tratamento do rejeito de minério de ferro em revestimentos rodoviários, junto ao grupo de cinco professores pesquisadores.“O modelo de parceria de pesquisa que a Vale desenvolve com a Unifei é extremamente importante para o desenvolvimento da pesquisa científica no Brasil. Os dados da pista de Cauê serão utilizados para alimentar o novo método de dimensionamento de pavimentos nacional”, destacou Sérgio Soncim, professor e coordenador da pesquisa pela Unifei de Itabira.
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