A temporada de Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) iniciada pelo Metabase Itabira em setembro foi encerrada nesta quarta-feira (17). A Vale foi a última empresa a realizar a assembleia com os seus funcionários. Mais de dois mil funcionários votaram durante dois dias. As minas da empresa, Cauê, Conceição e Periquito, foram preparadas para receber toda a estrutura da eleição, com 30 funcionários do Metabase Itabira e equipamentos necessários para a realização do evento, como sonorização, mesas, e kits de higienização sanitária.
“Fizemos reuniões importantes com a empresa. Ouvimos os trabalhadores por meio de pesquisa e expusemos tudo isso na mesa de negociação. Acho muito válida a realização da assembleia, pois, poderíamos estar discutindo aqui hoje seguro-desemprego, demissões, férias coletivas e redução de jornada. Se discutimos proposta de acordo de trabalho é graças ao trabalho de conscientização de diversos sindicatos, junto com o Metabase da essencialidade do trabalho do setor extrativo da mineração”, disse o presidente André Viana.
Os trabalhadores aprovaram o reajuste de 8,8%em seus salários, estendidos às todas as cláusulas econômicas, inclusive beneficiando os novos contratados, já que o piso também foi reajustado, aumentando para R$ 1.815,70 cabendo à empresa a obrigação de corrigir os salários dos empregados que estiverem abaixo da faixa salarial. “Construir um acordo coletivo não é fácil, pois nem sempre a relação com a empresa permite apresentarmos uma proposta ideal, mas mostramos uma opção plausível, que se aproxime ao máximo da vontade de nossos representados. É necessária muita sabedoria e responsabilidade quando se negocia este ACT, pois ele não termina quando se assina a pauta e sim, começa, pois todos têm de cumprir o acordado e em tempos de pandemia, nem tudo são flores. Destaco a responsabilidade do Sindicato em apresentar uma proposta responsável,” destacou o líder sindical.
“Reafirmo: a palavra final é sempre do trabalhador, não cabe aos sindicalistas impor sua vontade, quem manda na decisão do sindicato é o trabalhador. O alto índice de aprovação, em 95%, deixa bem claro a vontade deste trabalhador. A mineração vive hoje um momento diferente devido à alta do dólar, que traz lucros para as empresas. O Sindicato vai continuar defendendo os trabalhadores e sendo contra os discursos politiqueiros, oportunistas, ódios pessoais ou finalidade de quem quer que seja, de deturpar o trabalho sério e transparente da nossa instituição,” explicou André.
Para os funcionários que trabalham em jornadas de trabalho diárias de oito ou mais horas, o adicional noturno foi mantido em 65%, para os novatos em 45%. O cartão alimentação passou de R$ 790 para R$ 860, com um crédito extra em dezembro. O ACT contempla ainda um abono salarial de R$ dois mil (R$1.400 no contracheque e R$ 600 no cartão alimentação). “A manutenção de todos os benefícios foi garantida, uma luta constante, já que não perdemos nenhum em nossa gestão”, concluiu o sindicalista.
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