Desde sexta-feira (23), em frente a Prefeitura de Itabira está exposta à mostra “As Terezas,” pensada pela Diretoria de Promoção da Igualdade Racial, com fotos de servidoras municipais negras e faz referência ao Dia Nacional da Mulher Negra, celebrado neste domingo (25). A data faz alusão à história Tereza de Benguela, uma escrava alçada ao posto de rainha de um quilombo na região do Mato Grosso durante o século XVIII.
A exposição traz mais de 20 fotos de servidoras e líderes comunitárias negras. O trabalho tem curadoria da diretora de Promoção de Igualdade Racial da Prefeitura, Nyara Crispim, com imagens do fotógrafo Filipe Augusto e projeto gráfico do designer César Bonaparte, da Coordenadoria de Comunicação Social. As fotos podem ser conferidas durante o dia e também à noite, com iluminação especial, no jardim em frente ao Paço Municipal.
Segundo Nyara Crispim, a exposição faz um paralelo entre a história de Tereza de Benguela e cada uma das servidoras representadas nas fotos. “No nosso dia a dia, a gente consegue ver quantas Terezas existem no meio de nós. A gente vê por trás de cada olhar de cada servidora que foi ali representada que existe uma história de luta e resistência”, diz a diretora.
“Com a exposição, a gente trata essas mulheres de forma respeitosa, com uma quebra de esteriótipos. Mostra a força que cada uma carrega dentro de si, a representatividade que cada uma tem. E, mais do que isso, a gente mostra que nosso olhar está atento para a luta das mulheres e, principalmente, para a luta das mulheres negras em nosso município”, completa Nyara. A Exposição “As Terezas” permanece no jardim da Prefeitura de Itabira até a próxima sexta-feira (30).
Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que viveu às margens do rio Guaporé, no estado do Mato Grosso, durante o século XVIII. Foi esposa do ex-escravo José Piolho, que liderava o Quilombo do Piolho. Com a morte do marido, se tornou a rainha do quilombo e, sob sua liderança, comunidades negras e indígenas resistiram à escravidão por cerca de 20 anos, sobrevivendo até o ano de 1770, quando o quilombo foi destruído pela Coroa Portuguesa.
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